top of page
< Back

Inovação e seus desafios para 2023

27 de mar. de 2023

Recentemente participei de uma live sobre o mercado de inovação e seus desafios para 2023. Como o assunto é muito bom, resolvi transcrever para um artigo.

No 1º bloco falamos sobre a inovação ser estigmatizada como algo para pessoas geniais, fora da curva, ao mesmo tempo em que muitas empresas não incentivam o novo e têm uma cultura que teme o erro por medo de punição, inibindo o surgimento de algo novo. Isso dito, me questionaram se eu acreditava que a inovação era apenas para gênios e, se não, como poderíamos envolver mais pessoas para que não deixem a inovação de lado.


Para alinharmos o conceito, para mim, inovação é valor percebido! Ou seja, é quando criamos ou mudamos algo que vai resolver uma dor ou atender a uma necessidade, seja dos consumidores, dos clientes ou até mesmo de nós funcionários/cia.

Infelizmente, ao longo de nossa jornada como seres humanos, sofremos com um processo que inibe a nossa criatividade a cada fase da vida que passamos. A escola nos cobrava para que fizéssemos tudo “dentro da caixa” e, quando saímos do padrão, diziam que estávamos errados. Ao chegar à fase adulta, no mercado de trabalho, somos cobrados justamente para pensarmos fora da caixa, para sermos criativos. Aí fica difícil, né?!






Para mim, todos podemos ser criativos e inovadores e antes que me crucifiquem, não estou dizendo que qualquer um pode programar um app, ou criar um serviço novo do zero, sem um conhecimento prévio, mas sim, que todos podem participar do processo e contribuir com ideias para fazer o diferente e fomentar a inovação.


O primeiro passo é voltarmos com os porquês da nossa fase de criança… questionar o status quo e sair do modo automático em que vivemos. É necessário parar, respirar e procurar entender por que tal processo, tal projeto, tem que ser feito daquela forma. Será que ele melhora ou ajuda no dia a dia de quem usa? Ou será que estamos mais atrapalhando do que ajudando?


Após destravar e libertar o subconsciente dessas amarras, é importante que estejam abertos para o novo e busquem conhecimento, inspiração, novas tecnologias e conhecer o que outros mercados estão fazendo, pois 70% do trabalho é repertório e os outros 30% são mão na massa — e aqui existem vários processos e ferramentas que podem auxiliar.


Os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não souberem ler ou escrever, mas sim, aqueles que não conseguirem APRENDER, DESAPRENDER E VOLTAR A APRENDER. Alvin Toffler — Escritor e Futurista americano

Dessa forma, a inovação não deve ficar restrita aos Labs, ela deve permear toda empresa, pois, a princípio, cada área vivencia de perto as dores e necessidades que devem ser endereçadas. Assim, os labs deveriam funcionar como disseminadores de conhecimento, processos e ferramentas, suportando as áreas e, lógico, também atuando com pesquisa e desenvolvimento. Recentemente, fiz reuniões com algumas lideranças mostrando alguns projetos e como os fizemos, objetivando provar que, com um processo, é possível inovar e fazer diferente em suas áreas, qualquer que seja ela.



 

No 2º bloco, comentamos um pouco sobre as promessas tecnológicas, como elas podem mudar o comportamento e as relações com os produtos, além de dar previsibilidade e incorporá-las.


Vivemos no #mundoVUCA (acrônimo para Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), todo dia surgem novas descobertas, novas tecnologias, novos comportamentos em um intervalo de tempo cada vez menor. Precisamos saber lidar com o mundo não linear e não entrar em desespero.


Estamos no meio do alvoroço das IA, seja o ChatGPT, que passou em concursos concorridos dos EUA, ou com o Midjourney que cria imagens realistas em poucos segundos apenas digitando a descrição da imagem que queremos em uma caixa de texto. Esse é um movimento natural, novas techs surgirão e outras cairão no esquecimento, seja por não estarem maduras, erro de estratégia ou simplesmente pelo fato de o mercado não estar pronto para elas — lembram do Google Glass? O importante é estar atento, acompanhar e não ignorar ou subestimar uma nova tech, como muitos fizeram no passado e se deram mal. Vocês sabiam que quem inventou a máquina digital foi Steven J. Sasson, funcionário da Kodak? A empresa não acreditou, não investiu e perdeu espaço no mercado.


É importante ter um propósito, o “por quê” (#GoldenCircle — Simon Sinek) bem definido e claro, para saber se aquela tech faz sentido para você e como ela se incorpora gerando valor para seus clientes de maneira consistente não só pelo modismo, mas te diferenciando no mercado. Acho que uma boa frase que simboliza o uso da tecnologia por tecnologia é esta:


“Os clientes não querem uma furadeira, mas sim o buraco na parede”. Theodore Levitt

Nos anos 2000 tivemos o boom dos dados, muitos investiram na construção de data lake e cursos de graduação surgiram. Porém, somente após um tempo de amadurecimento e evolução de outras techs que começamos a ver um uso mais significativo. Foi quando o dado bruto virou informação, depois conhecimento e, em seguida, insights valiosos — daí surgem a hipersegmentação, as inteligências artificiais e outras.




Gráfico de David Somerville


“Dados não são informação, informação não é conhecimento, conhecimento não é entendimento, entendimento não é sabedoria.” Cliff Stoll & Gary Schubert


 

E, para fechar, também falamos sobre o papel da liderança para fomentar inovação e discutimos se ela ainda é essencialmente top down.


A liderança fomentar e dar suporte para quem quer fazer diferente é fundamental, mas acredito que a inovação não precisa ser um top down. Na verdade, muitas inovações surgem de quem está imerso no campo, em contato com as dores e necessidades dos clientes e consumidores, e o gatilho para isso nasce do inconformismo e do questionamento do status quo. Essa é uma grande oportunidade para se destacar e ser reconhecido na empresa.


Paralelamente a esses `’inconformados”, é preciso que a liderança esteja encorajando, apoiando e dando suporte para que as ideias saiam do papel, já que em alguns casos serão necessários recursos ou especialistas para executá-las. Outro papel importante da liderança é, em caso de falha, garantir um ambiente seguro para o erro e para aqueles que ousaram fazer diferente.


Quando você não encontrar esse apoio na sua liderança direta, não desista, não bloqueie o seu processo. Mude os argumentos, busque apoio em outras áreas, outras lideranças, mas não desista. E tenha coragem e garra para ser, você, o agente transformador. Já passei por isso em alguns projetos. Não é fácil. Mas segui adiante, mudei os meus argumentos, o meu pitch e consegui apoio e investimento de outras áreas e o projeto está no forno. Encerro com uma citação que faz muito sentido para essa conversa.


O assassino secreto da inovação é a vergonha. Não conseguimos medi-la, mas ela está lá. Sempre que alguém não compartilha uma nova ideia, que deixa de passar para seus gerentes algum feedback muito necessário ou que tem medo de se expor diante de um cliente, pode ter certeza de que a vergonha está por trás disso. Aquele medo profundo que todos temos de errar, de sermos depreciados e de nos sentir menos do que o outro é o que nos impede de assumir os riscos indispensáveis para fazer nossas empresas avançarem. Peter Sheahan. Escritor, conferencista e presidente da ChangeLabs,

#Design #innovation #breakthrough #opportunities


😉

bottom of page